Muitas vezes me pergunto
Porque o céu é tão distante
A lua tão fascinante
O sol tão brilhante?
Mas o palco é variante
No teatro radiante
Deste mundo desconcertante
Quem nos dá o libreto da vida ?
Quem nos transforma em actores?
Quem nos acorrenta às cenas e horrores
E aos constantes despudores
Deste quotidiano mecanizado
Desumanizado !
Massificado !
Vive-se na mediocridade dos actos
Da montagem de artefactos.
Esquece-se a vida
Que se torna pervertida.
Ouvem-se os latidos
Dos que são banidos
Por todos os lados.
Falam-me de liberdade
Tentaram a revolução
Existe a religião.
Mas o homem segue sua evolução
Com augúrios de excepção
Lembrando a extinta escravidão
Que parece lhe deixou saudade!
Como pode acontecer
Nascer e morrer sem conhecer
A cultura do presente e do passado!
Morrer sem saber
Quem é Bach ou Da Vinci
Dali ou Picasso, o Prado ou o Louvre?
Ir a enterrar sem ver o mar
Nem sequer o imaginar
Sem sequer o abraçar!!
Isso será certamente morrer sem ter nascido
Acordar sem ter adormecido
Desaparecer sem ter surgido.
Será o homem biológico
O transformador poluente
Que a vida consente.
Sem comentários:
Enviar um comentário