O Sol imperial e distante
Sorriu com o oceano e nele se deitou
Mas em breve reparou
Que sua amante, vigilante
Da triste cena corou.
O mar a contemplou
Possesso, vaidoso e deslumbrante.
E ela se admirou
De sua atitude mareante
Provocante!
- Como posso eu tão pequenina
Causar inquietude ao imensurável?
Devo ter algo invejável
Que meu pensamento não atina.
Inimaginável!
Sou eu a Rainha da dor
E tu o rei obsceno
Mestre do despudor
Que minha face consente
Diariamente!
Mas do garanhão exuberante
Trouxe a aurora o meu amante
Que afinal nunca me traíra
Mas apenas orgulhosamente saíra
Num fim de tarde escaldante.
Agora já o contemplo a brilhar
A meu lado como sempre.
Mas logo sairá novamente
Sem nunca me abandonar
Para sempre !
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