Vem o Clídio se queixando
Que a velhice o trata abaixo de cão
E tem razão,
Pois eu em minha observação
Vi que ele não estava delirando
Mas a falar com o coração.
Vem o Letras improvisando
Doença, que é sua satisfação.
Mas em sua inquietação
Eu topo angústia e consternação;
E me deixa pensando
Quem de nós terá razão ?
No meio do lameirão
Há quem se queixe por inteiro
E há quem se queixe à prestação.
Seja doutor ou engenheiro
Todos seguem seu condão
Todos reservam sua condição.
Para surpresa geral e pasmo de admiração
O coxo começou a andar.
O deficiente encontrou a razão.
Qual remédio salutar
Alterou a situação
Que parecia para sempre perdurar?
Onde está essa poção maravilhosa
Que nos cegos pôs visão
Ou nos mudos palavrão?
Onde está o boticário da imaginação ?
Dono dessa pílula famosa
Amante da contradição!!
Carinho !!
Não se encontra em blister ou infusão.
Mas ninguém me tira a impressão
Que tal como um passarinho
Faz milagres em quem poisa.
Coisas!!!
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